Requalificação e desenvolvimento de habilidades para o futuro: como preparar sua equipe para o novo mundo do trabalho
O futuro do trabalho não é mais uma previsão
distante, ele já chegou, com o avanço acelerado da tecnologia, a transformação
digital e as mudanças nas dinâmicas econômicas, empresas enfrentam um desafio
urgente: requalificar suas equipes para se manterem competitivas. Neste
cenário, a requalificação (reskilling) e o desenvolvimento de habilidades
(upskilling) deixaram de ser apenas diferenciais e se tornaram verdadeiras
necessidades estratégicas.
Por que falar sobre requalificação agora?
De acordo com o relatório The Future of Jobs,
publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2023, mais de 44% das habilidades
que os profissionais possuem hoje serão obsoletas até 2027. Isso se deve
principalmente à automação, à inteligência artificial e às novas exigências do
mercado global.
Harvard Business Review reforça: “O capital humano
é o ativo mais valioso de uma organização, mas ele precisa evoluir
continuamente para acompanhar o ritmo da inovação.” (HBR, 2021)
Ou seja, o desafio não está apenas em contratar
novos talentos, mas em investir nas pessoas que já estão dentro da
organização, ajudando-as a se adaptarem e prosperarem.
O que é requalificação e por que ela importa?
Requalificação significa ensinar novas
habilidades a um colaborador para que ele possa exercer uma função diferente
daquela que realiza atualmente, é especialmente relevante quando certos
cargos deixam de existir ou perdem valor devido a mudanças tecnológicas.
Pense em uma empresa de logística que automatizou
parte de suas operações com robôs e inteligência artificial, o operador de
empilhadeira pode ser treinado para atuar como analista de dados operacionais
ou supervisor de sistemas automatizados, isso evita demissões e valoriza a
experiência acumulada do colaborador, gerando mais engajamento e fidelidade
à empresa.
Upskilling: A melhoria contínua
Já o desenvolvimento de habilidades, ou upskilling,
é o processo de aprimorar as competências que um colaborador já possui para que
ele possa assumir novos desafios dentro da mesma área, é o caso de um analista
de marketing que aprende técnicas de SEO e automação de campanhas, por exemplo.
Segundo Josh Bersin, especialista em gestão
de talentos, "Empresas que investem consistentemente em upskilling têm 2,6
vezes mais chances de serem líderes de mercado em seus setores."
Quais habilidades serão essenciais no futuro?
De acordo com o LinkedIn Learning, as habilidades
comportamentais (soft skills) ganharão cada vez mais relevância,
especialmente:
- Pensamento
crítico e resolução de problemas
- Inteligência
emocional
- Capacidade
de adaptação
- Colaboração
e trabalho em equipe
- Comunicação
eficaz
Ao mesmo tempo, habilidades técnicas (hard skills)
continuarão em alta principalmente:
- Análise
de dados
- Programação
- Segurança
da informação
- Cloud
computing
- Automação
de processos
O segredo está no equilíbrio entre as duas áreas um profissional do futuro será
aquele que alia habilidades técnicas a competências humanas, como criatividade
e empatia.
Como implantar programas de requalificação na empresa?
Um programa eficaz de requalificação deve ser
estratégico, contínuo e personalizado. Aqui vão algumas dicas práticas
para começar:
1. Mapeie as lacunas de habilidades
Antes de sair oferecendo cursos genéricos, avalie
quais funções estão em risco e quais novas competências serão exigidas nos
próximos anos, ferramentas de people analytics e entrevistas com gestores podem
ajudar nesse diagnóstico.
2. Converse com os colaboradores
Envolver os funcionários no processo é fundamental,
entenda seus interesses, aspirações e medos, muitas vezes, um
colaborador tem potencial para migrar de área, mas não enxerga essa
possibilidade.
3. Invista em aprendizagem contínua
Ofereça treinamentos internos, parcerias com
plataformas de ensino online, mentorias e microlearning, lembre-se de que a
aprendizagem no fluxo do trabalho é mais eficaz do que treinamentos pontuais e
longos.
4. Crie trilhas de desenvolvimento
Permita que o colaborador visualize seu crescimento,
um plano claro de progressão aumenta o engajamento e mostra que a empresa
aposta no seu potencial.
5. Reconheça e recompense o esforço
Valorize os profissionais que se dedicam à
requalificação, promoções, bônus e reconhecimento público são formas de
reforçar a cultura de aprendizado.
Exemplo inspirador: o caso da IBM
A IBM é um dos principais exemplos de sucesso em
requalificação, ao perceber que muitas funções estavam sendo automatizadas, a
empresa investiu pesado em programas internos de reskilling.
Com a criação da plataforma SkillsBuild,
colaboradores de diversas áreas puderam migrar para funções em TI, cloud e
análise de dados. O resultado? Mais de 50 mil funcionários requalificados e um
aumento significativo na retenção de talentos.
Requalificar é também uma questão de responsabilidade social
Empresas que se comprometem com o desenvolvimento
de seus colaboradores não apenas garantem sua sustentabilidade como negócio,
mas também contribuem para a empregabilidade e o bem-estar social.
A McKinsey & Company destaca que “as
organizações que liderarem a requalificação de sua força de trabalho terão
vantagem competitiva e também desempenharão um papel vital na construção de uma
economia mais inclusiva e resiliente.” (McKinsey, 2020)
A transformação começa agora
A requalificação e o desenvolvimento de habilidades
não são projetos isolados. São estratégias fundamentais de sobrevivência e
crescimento no mundo atual, as empresas que se anteciparem e colocarem seus
colaboradores no centro da transformação estarão mais preparadas para enfrentar
o futuro e moldá-lo.
Em vez de esperar que o talento ideal apareça no
mercado, que tal desenvolvê-lo dentro da sua própria equipe? O
investimento pode ser alto, mas o retorno em produtividade, inovação e
engajamento é ainda maior.